SERÁ QUE O ESPAÇO ESCOLAR VEM SENDO RECONHECIDO COMO O VERDADEIRO LUGAR DE ATUAÇÃO DOS LICENCIANDOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA?
Autor(a): Nathália Almeida
Nos
últimos meses, esta é a pergunta que mais tem me incomodado a respeito da nossa
formação. Por estar no final desta graduação, ao longo destes anos tenho me
deparado com alunos do curso de licenciatura que buscam estágios nos mais
diversos campos que nos é possibilitado atuar, porém pouco se houve falar de
alunos que procurem conhecer o universo
escolar, ou seja, a educação básica, a não ser que se trate da disciplina
de Prática de Ensino, obrigatória no nosso currículo. Poderia haver uma relação
direta deste comportamento dos alunos com as disciplinas oferecidas na grade
obrigatória e a forma como elas estão sendo conduzidas?
Analisando
as ementas, objetivos destas disciplinas, pouquíssimas são as que se propõe a tratar
do assunto escola. Na mesma proporção
aparecem os nossos professores que, mesmo estando ministrando suas aulas para
futuros professores, não incentivam os debates sobre esta temática. Sugestões
de atividades, estímulo à criatividade na hora de planejar aulas e como lidar
com situações adversas, são bons exemplos da gama de assuntos que poderiam ser
discutidos em nossas aulas na faculdade. Não falo aqui de um “manual prático
para ser um bom professor” e sim de pensar a licenciatura como espaço de
formação onde seus graduandos estão se preparando (ou deveriam estar) para
atuar na educação básica prioritariamente.
Muitos
são os alunos do curso de Licenciatura em Educação Física que, após concluírem
seu curso, ingressam na Graduação, com a finalidade de ampliar seu campo de
trabalho. Talvez seja o pouco espaço para a problematização do universo escolar
e das responsabilidades como educador que este licenciando assumirá depois de
formado, que podem estar contribuindo para o fortalecimento desta mentalidade
em nosso meio acadêmico.
Podemos
concluir então que a escola não vem ocupando o lugar de destaque que deveria em
nosso curso, na mentalidade da maioria de nossos professores e cada vez menos
nas prioridades dos licenciandos. Mas para quem está na licenciatura como
verdadeira opção, resta “arregaçar as mangas” e, assim como em qualquer outra
área de atuação profissional, se qualificar cada vez mais e melhor, procurando
unir teoria e prática, aproveitando ao máximo os espaços da universidade para a
discussão, almejando formar um resultado positivo destas forças somadas: ser
mais que um bom profissional, um bom educador!